Poema de um Lanterninha Desempregado
Para Ler Ouvindo: "A Pena da Fé" (Bruno Santanna - e letra minha rs)
Nessa grande super produção milionária
Não passo do Lanterninha
Sequer atuo sem um aval
As vezes tento dar pitaco no script
Mas nunca dá
Mas em vinte e poucos anos de profissão
aprendi algumas coisas...
A vida começa em tela escura
Sem créditos iniciais
Sem narração em off
Não há exposição
Não há contextualização
Aos poucos se pega o ritmo
Cena por cena entendendo tudo
Todas as elipses do roteiro
É um filme de festival
Feito de informações sutis
E começos confusos
O suspense acompanha a surpresa
Cada plot twist vira tudo
Ponta cabeça, movimentos ousados
Cheio de planos sequência
Alguns belos, outros pertubadores
A certeza é que é não há panorâmicas
E feita de close ups e travelings loucos
Nem sempre faz sentido
As vezes perde o ritmo
Outras vezes se torna alucinante demais
Muita informação para pouco tempo de tela
Há tempos de fotografia saturada
Há dias de paletas escuras
Volta e meia é preta e branca
Mas sempre começa com um detalhe vermelho
Antes de colorir
Nesse longa, ora digital, ora película
Sempre 3-D, mais que IMAX
Alguns insistem em viver de chroma key
Mas tudo fica melhor em locação
Mas locações são perigosas
Nem todos conseguem lidar com o mise-en-scéne
Muitos se tornam curtas
O budget foi baixo
A censura foi alta
A crítica dura
Mas espere até o final e não se engane
Você pode escolher os próprios figurinos
Pode improvisar e sair do script
Mas há um Diretor e Roteirista
Ele nunca deixa finais abertos
E não tem problema nenhum com clichês
E embora não tenha respostas fáceis
Pede sempre que você espere até que as luzes se acendam
Ele é do tipo que além de colocar cena pós-créditos
Nunca, nunca desiste de uma franquia...
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